quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Pastel de Belém, Fado, Thaís, Castelos e Vinho do Porto - Como eu me senti em casa em Portugal





É verdade que Portugal não estava nos meus planos. Confesso que eu subestimava o país e não tinha lá muito interesse em conhecê-lo. Me surpreendi.
Aproveitei que Thaís estava fazendo intercâmbio em Coimbra e fui visitá-la.
Mas no inverno? Não tem inverno em Portugal não, gente! Hahahaha Brincadeira, foi porque Thaís já estava prestes a voltar para o Brasil.
Estação de ônibus de Hamburgo - o ônibus atrasou
6 minutos e eu comecei a ficar desesperada. haha
Virei 
alemã.
Essa foi a minha viagem mais cansativa e a que eu conheci mais cidades num país.

Pausa ~ Portugal foi a minha sétima viagem desde que eu cheguei na Europa e eu fico impressionada como
tudo tem dado tão certo. Quando se viaja, geralmente se conta com imprevistos, mas até agora não aconteceu nada que realmente me fizesse perder o juízo. Meu cartão não bloqueeou, não perdi nenhum avião, não não torci o pé ou o pescoço, meu celular não quebrou, não peguei nenhum ônibus que fosse parar em outra cidade (beijos pra Isa que queria vir pra Bremen e foi bater em Berlin hahaha),
minha câmera não se jogou de nenhum precipício; meu dinheiro não acabou (chegou bem perto em Londres quando eu voltei sem nenhuma libra no bolso, hehe); não tive problemas com nenhum hostel, não adoeci (de verdade - porque eu fiquei malzinha nessa viagem); não fui parar em algum lugar sinistro ou bizarro sem querer. Enfim, são tantas as coisas que podem/poderiam dar errado que eu fico até com medo do que pode acontecer nas próximas viagens. Hahaha, enfim, chega de paranóia.
~ Fim da pausa ~

1º/2º dia - segunda/terça - Metros, autocarros, comboios e aviões
 Minha viagem pra Portugal começou um dia antes de pegar o avião. De Bremen pra Portugal não há nenhum vôo direto (até aparece no site da Ryan Air que tem, mas se você procurar as datas, não tem nada, é fake). Comprei então minha passagem saindo de Lübeck (que a Ryan Air diz que é Hamburgo).

Na segunda-feira à noite, fui de trem pra Hamburgo (posso ir de graça com o semesterticket da universidade). Anita me pegou na estação e eu dormi no quarto de Rebecca (obrigadíssima às duas). Na terça de manhã, fui para a ZOB (estação central de ônibus) e peguei um ônibus que vai direto para o aeroporto de Lübeck e tem os horários casados com os da Ryan Air (11,5 euros).

O aeroporto de Lübeck é o menor que eu já vi em toda a minha vida. Não passa de um galpão. Uma tenda no meio do nada. Sinto muito não ter tirado foto.

De Lübeck para Porto foram 3h30 voando. O aeroporto do Porto é todo modernoso (e até grande,
considerando o tamanho da cidade) e me lembrou um pouco o do Recife, mas parecia um aeroporto fantasma. Pouquíssima gente. Demorei uma eternidade pra descobrir como chegar em Lisboa. Tive que pegar um ônibus pra o centro (o que demorou cerca de 1h) e desci na Cordoaria, de onde partiria o ônibus para Lisboa.
O ônibus, no entanto, demoraria mais de uma hora pra sair e eu aproveitei pra almoçar logo um bacalhau
(hahaha, eu a-do-ro dar uma de turista).

Peguei o ônibus às 17h e o motorista foi super grosso quando eu pedi pra usar ~a casa de banho~ -
porque não tinha!! (sdds Alemanha). Cheguei em Lisboa quase 9h da noite na Estação do Oriente e ainda peguei dois metrôs pra chegar no hostel.

Resumindo tudo: 1 ônibus + 1h de trem + 1 metrô + 1 ônibus + 1 ônibus + 1 metrô + 1h de ônibus + 3h30 de avião + 1h de ônibus + 3h de ônibus + 2 metrôs = Bremen - Lisboa! uhu o/

Vale ressaltar que antes de toda essa saga eu estava exausta porque não dormia bem há 4 noites,
estava gripada e tinha passado mais de 24h carregando mala + câmera + casaco e subindo e descendo escadas (do avião + metrô + aeroporto).

Sobre o hostel:  o nome do hostel que eu fiquei é o Central Hostel Lisboa. Eu achei ele na doida, pelo site do hostelworld mesmo (que é por onde eu sempre faço as minhas reservas - recomendo, nunca tive problemas). Paguei 20 euros por duas noites. As pessoas foram super legais e atenciosas - o que pra mim conta muito.  Parecia uma casa, bem agradável. Ele é bem pequeno e a localização poderia ser melhor - pra chegar na parte histórica da cidade é preciso descer toda a Avenida da Liberdade. Apesar disso, eu recomendo. Dica: tem boas panquecas no pequeno almoço!

Sobre o clima: a primeira coisa que eu fiz quando cheguei - ainda mesmo no aeroporto - foi guardar luva, casaco, cachecol e gorro na mala! Portugal tava quentinho quentinho e com um céu bem azul. Eu saí de -12ºC pra +15 ºC e já tinha esquecido como era ver um céu bem alto (como diz meu pai - o céu na Alemanha é baixinho!). Mas a todo instante chovia, de 5 em 5 minutos o tempo mudava do nada! De noite, esfriava um bocado. Em Coimbra senti muito frio - mas era um frio diferente do frio da Alemanha. Difícil explicar.

3º dia - quarta - Lisboa em 1 dia


Fundação Saramago
Geralmente, quando eu viajo, eu gosto de ter um guia de viagens (sim, bem à moda antiga),
pois acho  prático e confiável. Os que eu compro são esses - Eyewitness Travel - eles são bem compactos
(o que pra mim faz muita diferença, porque ninguém merece passar o dia andando com um livrão super pesado na bolsa) e sempre trazem um mapinha dobrável no final, útil demais.
Mas resumindo: eu não tinha um guia de Portugal. Peguei então um roteiro num site qualquer na internet e fui seguindo ele (mais ou menos).

Desci toda a Av. da Liberdade (a principal avenida de Lisboa) e cheguei na parte baixa, ali pelo Rossio.
Cheguei na praia e de lá peguei um tram pra Belém. Dei uma sacada no Mosteiro dos Jerônimos e confesso que andei andei e não achei a danada da Torre. Desisti e fui comer os famosos pastéis. A fila na porta dava voltas. Mas dica: se você tiver um pouquinho de tempo, é só entrar que lá dentro é enorme e eles te servem na mesa rapidinho (você come 1 e pede 10 pra levar haha).

Voltei pra Praça do Comércio e fui visitar a Fundação Saramago, que é ali bem perto.
Depois subi subi subi subi e fui parar no Castelo de São Jorge - que tem a vista mais bonita da cidade.
Depois desci desci desci e fui parar lá pelas bandas da Rua do Ouro e acabei entrando num shopping que tem por ali perto, entrei na Fnac (livraria) pra ver se comprava algum livro, mas fiquei pirangando.
Dica: Na rua do Ouro tem uma padaria chamada A Portuguesa que vende um pão fabuloso - especialidade da casa - chamado pão de deus.

À noite, sem nada pra fazer e sem disposição pra sair sozinha pra badalar, fui ao cinema São Jorge,
que ficava bem pertinho do hostel e assisti um filme alemão (na verdade era austríaco, mas o festival era alemão).







Fundação Saramago,



Avenida da Liberdade


4º dia - quinta - Palácio, castelo, mais pastéis e Thaís!

Estação do Rossio 
Fui à Sintra. Peguei um comboio na estação do Rossio (que por sinal é LINDA!) e cheguei em 40
minutos. Da porta da estação de Sintra parte um ônibus que vai passando por todos os pontos turísticos.

Como eu tinha pouco tempo (ou achava que tinha), resolvi visitar apenas o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros.

Dica: Ir primeiro ao Palácio da Pena e depois ao Castelo dos Mouros. Por quê? Porque o Palácio da Pena fica mais  em cima, então, pra chegar nos Mouros é só descer (e não subir, se fosse ao contrário, hehe).
Castelo dos Mouros
Eu amei o Palácio da Pena (outra dica: vale a pena demais pagar 2 euros pra ir com o bondinho/carro/seiláo queeraaquilo até o palácio porque é uma subidinha massa). Ele é super colorido e tem uma vista linda. Diferente dos outros castelos e palácios que eu vi até agora, achei agradável, devia ser bom morar lá. Não caminhei pelos jardins e fui direto pros Mouros.
O castelo dos Mouros, na verdade, não é um castelo (tinha um cara lá revoltado perguntando onde diabos tava o castelo, hahaha ) - mas sim, ruínas. Você pode andar pelas muralhas e apreciar a vista. Achei perigoso. Me pergunto como meus pais me levaram lá quando eu tinha dois anos. Sério, qualquer
passo em falso e você cai. Enfim, sou medrosa mesmo, nem subi na parte mais alta. Achei meio sem graça, pra ser sincera.

Voltei pra Lisboa e às 15h30 já estava em Belém comprando mais pastéis (me senti culpada de enfiar os pastéis que eu ia levar pra Thaís na mala e fui comprar mais). Às 18h peguei o ônibus pra Coimbra. Estava chovendo muito quando eu cheguei e peguei um táxi pra casa de Thaís.
Eu estava exausta acabada e... doente.


Pastéis de Belém

5º dia - sexta - Coimbra é um amor
Coimbra
Thaís me levou pra ver a cidade. O tempo tava bem feinho. Fomos na parte baixa e andamos até
as chamadas monumentais (as escadas que vão dar na Universidade de Coimbra). Paramos na Briosa -
uma padaria/café/confeitaria bem antiga e tradicional de lá - pra fazer turismo gastronômico.
Depois ainda fomos no fórum (ou o shopping) comprar comida. De noite, piorei bastante e acabei ficando em casa enquanto Thaís foi pra festa (foi triste pra mim).







6º dia - sábado - Coimbra tem mais encantos na hora da despedida

O dia amanheceu lindo e eu, beeem melhor. Acho que eu estava precisando mesmo era dormir
Thaís e eu
(foi o que eu mais fiz em Coimbra, hahaha). Andamos então até a Sé Velha (gente, é igualzinho a Olinda) e visitamos a Biblioteca Joanina, na Universidade de Coimbra - onde está o primeiro exemplar de Os Lusíadas.
Fomos no café do teatro e à noite fomos ver o famoso fado - música tradicional de Portugal (mas que muda de cidade pra cidade). É muito muito bonito e triste. Depois fomos a um lugar chamado Café com Arte  -
onde provei a Super Bock, uma cerveja lusitana.
Depois de ver o Fado 
Universidade de Coimbra

Lá eles vendem esses suspiros GIGANTES (e eu, claro, tive que provar)


Fado no Café Santa Cruz
7º dia - domingo - Parque Verde, chocolate quente e Girls

Depois de dormir horrores, eu e Thaís tomamos coragem pra turistar mais um pouco
(a preguiça era grande mesmo viu, hahaha). Fomos ao Parque Verde, comemos pizza e tomamos chocolate  quente por 1 euro :) De noite, depois de fazer tudo caber na mala, a programação foi se encolher no cobertor e assistir os 4 primeiros episódios da temporada nova de Girls, hahaha. Afinal, eu não fui só pra turistar, fui pra aproveitar minha amiga também ((:











8º dia - segunda - Despedida, vinho do Porto, francesinha, AirPorto e aeroporto 

Centro do Porto
 Acordamos bem cedo e Thaís foi me deixar na estação de trem (chegamos lá faltando dois minutos pra ele partir!). Troquei de trem em Aveiro para poder chegar em São Bento, no Porto. Lá, eu reservei um hostel junto do aeroporto, já que meu vôo sairia bem cedo. Sinceramente, se eu não tivesse feito isso, estaria lascada. O metrô lá só começa a funcionar a partir das 6h30 e eu tinha que estar no aeroporto às 5h30.

Deixei minha mala no hostel e saí pra conhecer o Porto.

Minha outra amiga Taís (essa é sem H haha) morou lá e fez um roteiro pra mim (uma fofa).
Segui tudo à risca! Desci no centro e fui descendo até chegar no Cais da Ribeira. Atravessei a ponte (a mesma que foi feita com não sei o que da Torre Eiffel) e fui parar em Vila Nova de Gaia. Tomei uma sangria enquanto esperava abrir o tour na cave - escolhi a Calém. Lá, além de entender o processo
de fabricação, descobrir que existem 129781 tipos de vinho e com o que eles podem ser servidos;
também participei de uma degustação enquanto conversava com dois brasileiros.

Voltei para o centro da cidade, comprei minha caneca (minha coleção tá ficando enormeeee) e provei
a famosa francesinha - uma comida típica de lá. Na verdade, essa tal dessa francesinha é uma bomba!
É tipo um sanduíche com carne, queijo, presunto, ovo, salsicha e que ainda vem com batata frita. Passei mais de doze horas sem comer depois disso e não senti a menor fome.

A famosa francesinha



Casa da Música

Sobre o hostel: o nome do hostel é AirPorto - quem me indicou foi Isabela. Eu demorei um tempão pra achar porque não estava bem explicado no email como chegava. Desci na estação e virei pro lado errado. Acabei arrodeando tudo e indo parar no aeroporto, onde pedi informação e me deram um mapa. Ele fica meio escondido e pra chegar até o aeroporto são uns 20 minutos andando. É bem pequeno também e tem cara de novo. Paguei 12 euros por uma noite. Dormi sozinha no quarto. A mulher do hostel perguntou de que horas eu queria o café da manhã, hehe, achei legal. Recomendo pra quem tiver que pegar o avião muito cedo, é uma mão na roda. 


Ps.: As calçadas portuguesas não são nada amigáveis com malas de rodinha. Não sei como a minha voltou inteira depois de tanto rodar.

Ps 2.: Portugal é um pedaço do Brasil na Europa. Sério, é igual demais. Eu tava me sentindo em casa. Achei Lisboa parecida com o Rio de Janeiro, Sintra parecida com o interior de Minas Gerais e Coimbra com Olinda. Na verdade, parece tudo misturado. É incrível chegar e ver a mesma arquitetura, o mesmo tipo de igreja, de calçada, de ladrilho. Além da língua (claro), o clima também é bastante semelhante (não ao do Recife, pq né). Até o jeito das pessoas lembra um pouco o nosso. Senti diferença no atendimento também - talvez nós tenhamos herdado tamanha lerdeza de Portugal. 

Ps 3.: A sensação que eu tive é de que o Brasil é que está colonizando Portugal agora. As músicas são todas brasileiras,os filmes e as novelas!Levei um susto quando vi uma propaganda daquela novela Lado a Lado.

Ps 4.: Sim, a crise é impressionantemente visível. Logo que saí do aeroporto do Porto fiquei meio chocada - parecia bem as periferias no Brasil. Têm muitas casas pra vender, muitas casas completamente acabadas - até mesmo nos centros históricos das cidade. É bem triste. Thaís comentou que os portugueses sentem inveja da gente porque no Brasil tem mais empregos e etc. Quando eu estava no Pastel de Belém, ouvi três jovens conversando sobre o futuro incerto deles - talvez ficar desempregado, talvez se mudar pra outro país.

Ps 5.: As coisas são mesmo baratas em Portugal - desde transporte até bebida. Voltei mal acostumada.

Ps 6.: Ouvi falar em preconceito com brasileiros antes de viajar e até mesmo pensei em ficar falando só inglês, mas eu fui super bem tratada (tirando o motorista do primeiro ônibus) e nada aconteceu. Um cara chegou até mesmo a falar que os brasileiros eram como irmãos. E foi mesmo essa a sensação que eu tive.

Ps 7.: A comida em Portugal é maravilhosa. Sem mais.

Ps 8.: Haja ladeira!

Ps 9.: Eu fiquei tão dolorida depois de andar em Lisboa que tinha hora que minhas pernas tremiam e eu achava que ia cair. Aconteceu a mesma coisa em Edimburgo e Barcelona - eu tomei um dorflex nessas viagens, mas não fez a menor diferença. Descobri que com um dia (ou dois, no máximo) a dor passa.

Ps 10.: A vista do apartamento de Thaís é linda linda linda e tem um terração. Invejei muito.

Ps 11.: Foi a primeira vez que eu viajei e minha mala voltou mais leve. Aproveitei pra mandar umas coisas pro Brasil por Thaís (:


 Agora que eu posso viajar com a minha câmera é foto até umas horas. hahahaha

Praça do Comércio

arco-íris no Mosteiro de S. Jerônimo

Vista do Castelo de São Jorge

 Castelo de São Jorge

 Castelo de São Jorge

o bonde/autocarro/whatever que te leva do portão até o topo do Palácio da Pena

Palácio da Pena

Palácio da Pena

Palácio da Pena - sim, eu comprei uma capa de chuva ridícula porém muito útil

Castelo dos Mouros

Vista do apartamento de Thaís

Esses meus amigos aqui tão fracos de casa mesmo

Vista do apartamento de Thaís

Coimbra


Sé Velha - Coimbra

Biblioteca Joanina - Coimbra


Universidade de Coimbra

Universidade de Coimbra - o telhado lá é colorido!

Universidade de Coimbra

Vista das monumentais

as monumentais hahah

Portugal (e pricipalmente em Coimbra) tem seus muros cheios de dizeres.

Coimbra

Coimbra

Decadência visível mesmo na parte turística do Porto.

Cais da Ribeira - Porto

Porto

Porto

Porto

O Porto é lindo.



Calém - Porto

Calém - Porto

Calém - Porto

Rua Augusta  - Lisboa é linda linda linda!










2 comentários:

  1. Muito bonitas as fotos e muito legal o roteiro. Vou passar pra Andréa — ela vai pra Portugal este ano.

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  2. Brigada, Heber! Espero que dê pra ajudar um pouquinho :)

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