Eu tenho duas vidas.
Precisei morrer e nascer de novo.
Nasci em Bremen - Alemanha.
Nasci órfã.
Mas ganhei avós. Ganhei irmãos.
Não. Não tenho duas vidas paralelas.
Eu morri.
E nasci.
Como uma fênix.
Morte lenta e dolorosa.
Agoniante. Angustiante.
Difícil.
Prolongada.
E um parto complicado. Demorado. Exaustivo.
Depois dos primeiros passos (das primeiras quedas, eu diria) - desfruto do mundo como uma criança.
Aprendo rápido. Aprecio cada novidade.
Crio uma nova identidade. Uma identidade alemã.
O que serei no futuro? Ainda não sei, claro. Mas não serei mais só brasileira.
Eu não estou dividida. Estou apenas duplicada.
Que belo texto, Ursula. Isso é que é literatura: transformar sua experiência em algo poético e novo — algo também duplo, que ao mesmo tempo comunica no universal e no particular. Quando voltar, vamos tomar uma Paulaner (pelo triplo do preço, claro)! Beijos!
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