quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Relato após quase dois meses morando na Alemanha: uma visão positiva

Bremen


Bom, depois da repercussão do post anterior (sem ser o de Barcelona), preciso esclarecer que escrevi ele num momento de crise - momentos bastante frequentes, diga-se de passagem.
Mas - não sei se porque hoje fez sol ou porque eu malhei (haha) - estou de bom-humor e me senti em débito com a Alemanha e com os alemães.

Bremen é uma cidade linda, ótima pra se morar, e eu tenho certeza de que quando eu voltar à Alemanha eu vou querer dar uma passada aqui. Os alemães - é verdade- são fechados e podem até ser distantes, mas eles nunca vão te negar ajuda e, com o tempo, podem ser ótimos amigos. Até o frio eu to curtindo - adoro usar minhas botas e espero que comece a nevar logo, dizem que a tudo fica diferente, hahaha.

Tenho certeza de que eu vou sentir muita falta da vida aqui. Já posso dizer que estou mal acostumada com tanta organização e eficiência. Já me acostumei a ir pra parada sabendo que o ônibus vai passar exatamente às 08h41, que eu não vou ter que ir em pé e levando cotovelada. Já me acostumei a esperar o sinal de pedestre abrir pra poder atravessar. Já me acostumei a levar minha sacolinha pro supermercado. Me acostumei a separar o lixo. A não chegar atrasada. A ir pras festas, não pagar nada pra entrar e voltar de tram sozinha. A usar meu celular em qualquer lugar sem ter medo de ser roubada. A deixar minha bolsa num canto e saber que ela vai estar lá quando eu voltar. A tomar cerveja das boas!

A língua, no entanto, continua sendo minha maior barreira. Se você já ouviu falar que alemão é difícil, acredite: foi um eufemismo. Mas tenho certeza que já melhorei - seja tendo que traduzir palavra por palavra de um formulário (sério, tive que fazer isso quando fui me candidatar a uma vaga de trabalho), seja indo às festas com meus colegas de jornalismo ou ouvindo reclamações da minha landlady.

Eu não me arrependo nunca de ter vindo e nunca me arrependi. Teria vindo dez vezes. Não entendo as pessoas que podem se candidatar ao Ciência Sem Fronteiras e ainda ficam em dúvida - eu to aqui por conta própria, procurando qualquer tipo de emprego e contando moeda e ainda assim tá valendo muito a pena. Você vem como uma folha em branco e aprende tudo de novo: desde lavar os pratos, cozinhar e pegar ônibus até fazer feira, ir ao banco, pedir um café.

Aos que me entenderam mal: a Alemanha é um ótimo lugar, mas - claro - não é fácil por ser tão diferente. Existem dias de crise, dias que eu quero andar de havaianas, tomar caipirinha e ouvir Tom Zé, mas esses dias passam e dão lugar a todas essas novidades.



Talvez eu fique por aqui mesmo.

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