Outra coisa: sei que esses são destinos conhecidos de muita gente do Brasil por causa da proximidade e talvez vocês achem que o que eu vou falar seja repetitivo. Pode até ser, mas minha intenção aqui não é propor roteiros de viagem nem ser guia turística. É simplesmente expor a minha experiência - que é única e bastante pessoal.
Obs.: TODAS as fotos são minhas (a maioria da câmera, outras do celular). Tô ligada em direitos autorais, viu? Nem tente se passar.
Por que Porto Alegre, Montevidéu e Buenos Aires?
Turista casual na 9 de Julio |
Consegui milhas suficientes pra ida e volta e pensei qual seria o lugar mais longe que eu poderia ir - pam! Porto Alegre. Eu nunca fui pro sul do Brasil e pensei em explorar a região, conhecer umas cidades do interior e tal, mas comecei a achar os preços muito caros, os programas meio família, meio casal... e eu queria viajar só!
Decidi olhar quanto custava ir pra Montevidéu: 450 reais ida e volta. Doze horas de viagem. Achei que seria OK depois de passar dez horas viajando pela Alemanha. De avião era muito mais caro. Já tinha visto muita gente falando bem do Uruguai e seria uma oportunidade de conhecer outro país. Mas eu continuei inquieta. Por que não ver quanto custava ir pra Argentina? Pam: 200 reais ida e volta de barco. Do lado, bem pertinho. Não podia mesmo perder essa oportunidade. Mas, e aí, como voltar de Buenos Aires pra Porto Alegre (de onde saía meu vôo pro Recife)? Avião tava muito caro (e não tem essa de pegar promoção, galeris, eu só posso viajar nas minhas férias, e as datas têm que ser certinhas) - então o jeito foi fazer todo o percurso inverso!
Foi cansativo, mas foi econômico... e eu não me arrependo!
MONTEVIDÉU
Meu vôo pra Porto Alegre fazia conexão em Brasília e eu tive a oportunidade de ser a última pessoa a me despedir de Daniel - porque coincidiu de o nosso avião ser o mesmo <33
Esse maldito desse avião, no entanto, arremeteu! Eu nunca tinha passado por isso. Achei uó. Observação: desde quando os pilotos não falam mais "Tripulação, pouso autorizado", e sim "Tripulação, estamos próximos ao pouso"? Gente, sério, que merda é essa? Próximo pode ser qualquer coisa. Próximo é relativo! Af, segurança zero.
Bom, o danado do piloto já tinha dito essa frase insólita e tinha começado a baixar. Do nada, o avião empinou e subiu. Me agarrei em Daniel: "Tem alguma coisa errada, tem alguma coisa errada!". Eu acho que quanto mais avião eu pego, mais medrosa eu fico, sério mesmo, eu não era assim não, viu? Enfim, aí ele ficou lá, sobrevoando Brasília - dei a cidade por vista já (brinks) - e eu perdi minha conexão. ¬¬
A moral da história: quase morro de cansaço, mas faria tudo de novo! |
De São Paulo, finalmente, fui pra Porto Alegre. Do aeroporto, fui direto pra rodoviária. Dica: é muito fácil sair do aeroporto de POA e ir pro metrô - eles têm tipo um bondinho, chamado aeromóvel, que faz o percurso.
Chegando lá, fiquei ainda umas cinco horas esperando meu ônibus pra Montevidéu. Viajei pela empresa TTL, e eles só operam com leito nos finais de semana (como era sexta, eu consegui pegar um). É tudo muito confortável e eles ainda servem lanchinhos, hahahaha. Eles param em Pelotas, no Chuí - pra fazer a imigração - e em Punta del Este. Resumindo: sai de Porto Alegre às 21h e chega em Montevidéu às 09h.
Observação muito importante: A empresa de ônibus fica com a sua identidade ou o seu passaporte quando você faz o check-in. Eu sempre soube que havia livre circulação de pessoas entre países que fazem parte do Mercosul, ou seja, você pode viajar só com o RG - mas eu, inocentemente, imaginei que fosse como a circulação na Europa. Lá, eu mostrava minha carteira de identidade alemã (pq eu tb sou alemã hehehehe 7x1 pra mim tanto faz uhehuehue brinks) e entrava de bouas em qualquer país.
Aqui é um poooouco diferente. Vamos lá contar a minha história e o que eu aprendi na prática que nenhum site de viagem me disse antes (pode ter sido desatenção minha também, mas enfim): se você entrega o RG, como eu fiz, você recebe um papel minúsculo e bem ridículo com um carimbo. Se você entrega o passaporte, você recebe o carimbo nele mesmo.
Se você recebeu o papelzinho, você precisa guardar ele com muito amor e carinho pra poder devolver quando estiver deixando o país. Se você entrega o passaporte, você só precisa mostrar ele de novo na saída (ou seja, MUITO MAIS FÁCIL). Como eu não tinha compreendido o valor daquele minidocumento mas sou muito organizada, guardei o bichinho na minha pastinha de coisas importantes.
Então, quando eu fui do Uruguai pra Argentina, eles pegaram esse papel (eu, na hora, fiquei surpresa) e me deram outro (de entrada na Argentina). Até aí, eu não tinha entendido direito a importância (DE NOVO!) desse papel, achava que era uma coisa só pra pegar o barco, sei lá. Mas comecei a notar que só o meu papel não tinha carimbo. O de todo mundo na fila tinha. Eu ainda não tava entendendo, mas achei que fosse dar treta. Então voltei lá na imigração e reclamei meu carimbo! ~tipo, eles esqueceram?? wtf ~ Só quando eu tava voltando da Argentina, que me pediram de novo esse papel, eu entendi que aquilo era o equivalente ao passaporte.
Então, se tu é alesado que nem eu, se liga nisso, viu??
O hostel
Me disseram que dois dias em Montevidéu era suficiente (um final de semana). Mas, sinceramente, isso vai de cada um. Eu passei quatro noites no Che Lagarto e ainda achei que ficou faltando ver coisa! O Che foi um dos melhores hostels que eu já fiquei (e olhe que eu já fiquei em muitos). É tudo muito limpo e organizado, a localização é ótima e o pessoal que trabalha lá é muito atencioso. Não foi um dos mais caros, o preço é bem justo. Além disso, tem um terraço no último andar que é o point da socialização.
Socialização. Nunca socializei tanto num hostel como nesse. Conheci MUITA gente legal! Com certeza foram pessoas que marcaram a minha viagem e fizeram toda a diferença :))
Ps. 1: Tinha uma velhinha bem velhinha nesse hostel, o que me chamou atenção. Ela contou que tinha nascido na fronteira do Brasil com o Uruguai e que estava lá pra resolver uns papéis da aposentadoria. Perguntei por que ela estava em um hostel e ela respondeu que se fosse para um hotel ficaria muito sozinha. De fato, fazia muito sentido. Achei fofo.
Ps. 2: Pode ter sido mera coincidência, mas fiquei com a impressão de que as pessoas que conheci nessa viagem eram mais open minded do que as que eu conheci pela Europa.
Fazendo a seguinte análise, eu acho que faz sentido: os europeus e americanos com que tive contato na viagem estavam viajando há meses ou até anos - por causa da distância, quando eles vêm à América do Sul, tentam conhecê-la o máximo possível. Então, essas pessoas, por resolverem sair de sua zona de conforto e estarem viajando há algum tempo, precisam (e têm) a cabeça aberta. Já na Europa, muitos pegam um vôo de uma hora pro país vizinho pra passar o final de semana - são turistas, e não viajantes. Se discordar, manda um comment aí. bjs
A cidade
As ramblas de perto do porto |
Eu adorei Montevidéu! Gostei mesmo, de coração. Moraria lá, com certeza. Há quem a ache meio sem graça e pacata demais, mas eu achei incrível justamente por essa tranquilidade e a qualidade de vida que as pessoas têm. Claro que não é um país com padrão europeu, mas as coisas são organizadas e eu não identifiquei muita desigualdade social. As ruas de Montevidéu são superarborizadas e os prédios e as casas não têm muros! (Você sabe o que significa morar numa cidade com muros depois de viver no Recife.)
Sobre a gastronomia: como eu não como carne nem tomo vinho... bom, foi triste né. Fiquei decepcionada com as "pizzas" que eu comi lá e basicamente vivia de Subway e McDonalds.
Sobre aquilo que vocês querem saber: não, eles não vendem maconha. Santiago, o uruguaio que eu conheci lá, me explicou que você só pode adquiri-la: 1) plantando em casa 2) fazendo parte de um clube (amei isso, vei); 3) em farmácias (mas parece que esse jeito ainda não tá rolando). Você encontra barriquinhas e lojinhas vendendo vários acessórios pro consumo, mas não encontra a marijuana propriamente dita. (O que não me impediu de sentir aquele cheirinho a cada 50 m que eu andava lol).
Praia de Pocitos |
Além da legalização da maconha, o aborto e o casamento gay são legalizados já há um tempo. O Uruguai sempre foi pra frentex: foi também o primeiro país da América Latina a separar a igreja do estado. Eles são tão laicos que a nossa Semana Santa, lá, é a Semana no Turismo, e o Natal é chamado de Dia da Família.
Vejam aí mais informações sobre esse país maravilhoso:
http://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/24/sociedad/1387857811_264222.html
http://www.revistaforum.com.br/2013/12/14/ok-uruguai-o-estado-laico-e-possivel/
Esse taxista aí se arretou comigo porque eu pedi pra ele pegar uma rua que eu conhecia pra cortar caminho enquanto ele queria passar por toda a orla hahahaha #nativa |
Punta del Este
Tem que ter foto de turista, sim! |
Comprei esse aqui: http://www.montevideocitytour.com/index.php?nw_lang=pt
Casa Pueblo |
Pausa pra história 1: Euzinha, lisa que nem um seixo, tava bem preocupada com o gasto do almoço. Não achando McDonalds, Subway ou qualquer coisa que não prestasse, dei de cara com um restaurante que eu tinha ido na capital. Pensei, então, com meus botões: "O preço foi razoável em Montevidéu, paguei 180 pesos, vou lá que eu já sei que vai ser OK". Ô môvéi, ledo engano. Pedi exatamente a mesma coisa e paguei 300 pesos. Foi bem triste.
Pausa pra história 2: Em Montevidéu, Roberto alugou um carro. Certo dia, resolvemos ir com ele ao supermercado pra comprar cerveja e ficar de boas fazendo a social no hostel. Quando estávamos saindo de lá, bem serelepes, com algumas Zillertal nas sacolas, vimos uma mulher frenética apontando pro "nosso" carro. Até que finalmente alguém entendeu a história (e o espanhol dela): ela tinha alugado EXATAMENTE o mesmo carro na semana anterior e esquecido a chave da garagem dentro! De fato, a chave estava lá! Ela disse que já tinha ido na agência e tudo, mas não tinha conseguido recuperá-la. Hahaha! Foi muito sincera a felicidade dela! Até foto a gente tirou (não lembro com quem ficou, mas OK), hahahaha.
Rol de Obs.
Obs. 1) É muito difícil subir na cama de cima do beliche bêbada!
Obs. 2) As cervejas no Uruguai são boas! Gostei mais da Zillertal :)
Obs. 3) Me atrapalhava demais convertendo peso pra real. Tinha que dividir por 8. Haja matemática. Conclusão: na hora de comprar cerveja, levei fumo.
Obs. 4) Vi muitos cachorros! Nenhum de rua :))
Obs. 5) Vi muitos velhinhos.
Obs. 6) Os prédios coladinhos da orla de Pocitos me lembrou Copacabana. Posso fazer essa comparação ou devo comprar o próximo vôo pra Cidade Maravilhosa?
Obs. 7) Fiz absolutamente tudo andando na cidade! Destruí dois sapatos e os meus pés, mas se tu gosta de ser caminhante... sim, é possível!
Obs. 8) Passei frio nos primeiros dias da viagem. Vento gelado arretado!
Obs. 9) Quase ninguém fala inglês. É um saco ter que ficar falando portunhol.
Obs. 10) Eu fiquei meio confusa, quando cheguei, com os semáforos. Eles, às vezes, usam o mesmo semáforo de carro pra os pedestres. E, mesmo sem semáforo, você bota o pé na rua e os carros param pra você passar. Achei lindo <3
BUENOS AIRES
Existem três empresas que fazem o percurso de ônibus+barco de Montevidéu a Buenos Aires: 1) a Colonia Express, que, pelas minhas leituras na internet, não tinha boa reputação (eles podiam cancelar a viagem do nada), mas era barata; 2) a Seacat, que era a intermediária; 3) e a Buquebus, que é a mais famosa e a mais cara.
Interior do barco (é bem maior que isso) |
Plaza de Mayo |
A travessia pelo Rio da Prata dura só uma hora. Confesso que o barco me decepcionou - eu esperava que ele fosse aberto e eu pudesse viver meu momento Titanic. Mas eu só pude ver o Uruguai se distanciando através de uma janela suja.
San Telmo |
O hostel
Fiquei no Hostel Inn, em San Telmo, e também recomendo! Ele é mais antigo que o Che, mas é limpo e organizado. A cozinha é bem pequena, mas a localização é boa, fica perto de uma boca de metrô. Os meninos ficaram, no começo, num hostel chamado Granados - bem perto do meu, na frente de onde fica a Mafalda. Bom... não fiquem lá. A descrição da londrina que eu conheci sobre o lugar foi: parece que você tá com a cara enfiada numa bota. Exatamente o que os meninos disseram: fede a chulé. WTF. Esculhambado mesmo. Evitem. Eles tanto se arretaram, que acabaram se mudando pro meu hostel no final.
Sobre a cidade
Aborto legal en el hospital - Plaza de Mayo |
Eu fiquei com a sensação de que tinha uma vibe meio europeia, mas uma Europa decadente. Não sei explicar.
Noite fail em Palermo |
Foi triste. O taxista era um maluco - cruzou a cidade a quase 100 km/h e praticamente não pisava no freio. Ele foi a única pessoa que eu não entendia direito falando espanhol. Acho que ele fazia de propósito. Eu disse o nome da rua, ele sabia onde era e, quando chegou perto, ficou se fazendo de doido, perguntando pra que lado ia. Como a gente queria muito se livrar dele, confundimos a rua e descemos no lugar errado.
Quase 4h da manhã, eu batia o queixo e Dhiego tentava se localizar no mapa. Rodamos um bocado, passamos por muita gente mal encarada e finalmente encontramos meu hostel. Eu já tava me sentindo aliviada, até que... percebi que ninguém ouvia a campainha. Simplesmente ninguém vinha abrir a porta pra mim. Passaram-se uns 15 minutos, e eu já tava quase desistindo quando, depois de LIGAR pro telefone do hostel, a menina lá acordou com um carão de sono e abriu pra mim. Fiquei pensando o que teria acontecido se eu estivesse voltando sozinha. ¬¬
Pausa pra história 2: Fomos ao famoso Café Tortoni - que é como se fosse a Confeitaria Colombo deles (vi essa comparação em algum outro blog) - e nos decepcionamos. Ninguém vinha nos atender. Roberto, que queria consumir, depois de uns 40 minutos desistiu. Pedimos a conta, a garçonete entendeu e se fez de doida. Nem sair dali a gente tava conseguindo! Até que eu disse: "Pera, eu vou resolver isso". Fui até o caixa e dei uma de gringa: comecei a falar em inglês e reclamei que ninguém tinha ido nos atender. Em menos de 5 minutos, estávamos livres. Não entendi exatamente se o preconceito era porque éramos brasileiros ou se achavam que a gente não ia ter dinheiro pra gastar, sei lá que p* eles pensaram. Enfim, decepção completa.
Agora, prefiro fazer o resto dos comentários em tópicos :))
Rol de Obs.
Obs. 1) Tomei o melhor sorvete da minha vida! Sim, sim, sim! É o sorvete da marca Patagonia, e eu tomei numa loja nas famosas Galerias Pacífico. Eu amo muito sorvete, sou quase uma expert (huehue) e preciso dizer que foi muita emoção <3 (e foi também os olhos da cara). To aguardando meu mochilão pela Itália pra poder fazer comparações, mas DUVIDO.
Na boca do Subte |
Obs. 3) Não andei de ônibus em Baires. Peguei apenas o metrô - que embora seja bem esculhambado, me serviu muito bem. Ele é barato e a decoração das estações são bonitas! Mas acho que essa foi a primeira vez que eu vi um metrô que anda com janelas abertas :O
Obs. 4) Amei que lá tem mil parques e praças <3 Qualidade de vida!
Obs. 5) O trânsito lá é louco. Sério. Pedestre e nada é a mesma coisa. Eu e Dhiego quase fomos atropelados em plena faixa de pedestre. Os carros viram a gente e aceleraram vei. Quando tem um cruzamento, a galera mete a mão na buzina e vai com tudo! Vi vários quase-acidentes.
Obs. 6) Fiquei muito irritada em certos pontos da cidade, como na famosa Rua Florida ou no turístico Caminito. A quantidade de ambulantes e gente do câmbio negro é tão grande que estressa. Eles não te largam, não te deixam, te botam chapéu pra tirar foto... se souberem que é brasileiro então, lascou! Se quiser escapar, fale inglês, alemão, sei lá, inventa aí! Eu tenho zero paciência com essas coisas e fiquei com uma lembrança muito desagradável desses lugares.
O Caminito que eu não gostei :( |
Obs. 7: As calçadas são superlargas <3 #aprendeRecife
Obs. 8: Fui com os meninos na rodoviária de Buenos Aires pra eles comprarem a passagem pra Mendonza. Lá é meio tenso. O cenário muda completamente. Teje atento!
Obs. 9) Buenos Aires não é barato! Não se enganem (pelo menos não nesse momento).
Obs. 10) O terminal do Buquebus é lindo!
Obs. 11) Assim que botamos o pé em Buenos Aires, duas velhinhas disseram pra gente ter muito cuidado com os nossos pertences, câmeras e etc. É um choque quando você sai do Uruguai e vai pra lá. Mas brasileiro é gato escaldado, né?
O tempo tava fêi |
9 de Julio |
PORTO ALEGRE
Vista clássica de POA |
Imersão cultural hahaha |
Então, eu tinha que ter pego minha mala depois que saí do barco e colocado no ônibus, lá em Colonia de Sacramento. Eu achei que o pessoal da empresa fizesse isso (como era na ida), mas me enganei. Quando cheguei na rodoviária eu já tinha me ligado que tinha feito merda.
Mas, porque eu sou uma pessoa muito organizada, eu tirei fotos da mala antes de despachar ela. Então, cheguei lá na Buquebus/Seacat, registrei a ocorrência (?) e mostrei as fotos. Eles tinham achado, e a mala ia chegar lá pelas 16h. Ótimo! Meu ônibus pra Porto Alegre só saía às 21h. Ou seja: minha mala ficou guardada de graça na estação enquanto eu rodava livremente pelo centro de Montevidéu :D Ainda deu tempo de tomar uma cervejinha com Santiago, um uruguaio amigo de um amigo meu (ou de Felipe, dois parágrafos abaixo).
Meu ônibus de volta não foi leito, mas eu conseguir dormir nas posições mais tronchas possíveis. A sorte é que não foi ninguém do meu lado. Vale ressaltar que, quando eu cheguei no Brasil, eu estava há 48h sem banho e nunca tinha pego um calor tão miserável no Recife como eu peguei em Montevidéu e em POA. Ou seja, avalie a minha situação.
Em Porto Alegre, fiquei hospedada na casa de Felipe - um gaúcho gente boa que conheci num avião indo de Dublin pra Bremen, em 2014, hahaha. Também encontrei, por acaso, Letícia - que eu conheci em também Dublin, quando fiquei hospedada na casa dela lá! Eu não esperava ouvir um "Ursula?" tão longe de casa assim! E era dia de St. Patricks :) Muitas coincidências de uma vez só <3
Porto Alegre é uma cidade muito simpática, bem verde e agradável (apesar dos 35 graus que eu peguei), hahaha. Adorei os gaúchos, fui muito bem tratada! Além disso, finalmente pude comer comida de verdade! Vei, comida boa é comida brasileira!
Eles também têm um ônibus hop-on hop-off, da Secretaria de Turismo (você compra lá o tíquete), que custa R$ 12,50 pra estudante. Vale a pena pegar ele se você não passar muito tempo (que foi o meu caso :( deveria ter ficado mais e conhecido melhor as coisas, mas enfim).
Os táxis são vermelhos
Vei, eu fiquei muito passada que lá tem um bairro chamado Tristeza :O |
Aprendam com meus erros
Banco/dinheiro - Gente, pense numa pessoa que se atrapalhou e passou fome nessa viagem! Eu levei uma parte do meu dinheiro em cash e troquei quando cheguei em Montevidéu. No último dia, meu dinheiro acabou e eu lembrei que precisava pagar a cerveja do hostel e sobreviver até chegar na Argentina. A minha sorte lá foi que Carol (paulista que conheci no Che) me vendeu uns reais e minha mãe depositou na conta dela! Daí, com esses reais, comprei uns pesos de Edcesar (alagoano, que também conheci no hostel) e me salvei. #confusão
Quando cheguei em Buenos Aires, troquei o restante dos reais e catei um Banco do Brasil pra habilitar meu cartão! PORQUE, SIM, eu não tinha feito isso (absurdo). Eu também não tenho cartão de crédito (não, juro que não tenho!). Mas enfim, daí eu já podia sacar no caixa lá (o que não é exatamente barato, mas meu dinheiro só tinha entrado no dia que eu viajei). O problema é que meu dinheiro tava no Bradesco e eu tinha que transferir pra conta do Banco do Brasil - que era o cartão que eu podia usar lá. Até aí tudo bem, era só fazer pelo celular isso. Só que eu demorei. E só fui me ligar nisso na sexta de noite, quando meu dinheiro começou a acabar. Ou seja: meu dinheiro só ia cair na conta na segunda-feira. Conclusão: passei o final de semana indo dormir bem cedo e juntando 40 pesos pra cada refeição da promoção da Subway. Vivi momentos de tensão.
Cabo da câmera - Não tive problemas em relação à quantidade de fotos que eu tirei, meu cartão de memória é bem grande. Mas, conforme os dias foram passando, eu fui noiando. Não podia perder minhas fotos de jeito nenhum. Minha ideia, então, era passar as fotos pro computador do hostel, e passar dele pro pendrive. Só que eu não pensei que o computador do hostel poderia ser muito muito velho e não ter leitor de cartão :( Mas...
Pendrive maior - ... ainda assim, Dhiego conseguiu passar minhas fotos usando a câmera dele. E elas não couberam no meu pendrive :( No final da viagem, eu tava guardando o cartão de memória no porta-dólar.
Pouca roupa de frio - Não sei porque diabos eu achei que não ia fazer frio. Na verdade, eu olhava a previsão do tempo e tava sempre 20 graus. 20 graus não é exatamente frio, né? Mas eu não contava com o vento fdp que tava rolando por lá. Com certeza não eram só 20 graus. Conclusão: eu só conseguia usar a mesma calça jeans nos primeiros dias. Uó. Tive que comprar pelo menos uma meia calça pra poder aproveitar os shorts, vestidos e saias que eu tinha levado.
Usar roaming - Bom, não tem o que vocês aprenderem com isso. Todo mundo sabe que não é pra usar o roaming, né? Mas pois é. Eu tava meio desesperada no início da viagem e acabei usando :(( Quando cheguei na Argentina, comprei um chip da Claro. Vale muito mais a pena.
Casa Pueblo |
Festinha no hostel de Montevidéu <3 |
Che Lagarto |
Em Pocitos, Montevidéu (com Carol e Edcesar). |
Gringalhada do hostel em Montevidéu :DD |
Almoço fino no Mercado do Porto (paguei muito e comi mal, mas tamos aí) |
Praça da Independência - Montevidéu |
Montevidéu |
Piadinha interna, hehehe |
Fotografando celebridades e fazendo rimas (Gardel, Montevidéu) |
Fim de tarde em BA. |
Buenos Aires |
Quando a gente parou a Plaza de Mayo (fotografando nas posições mais esquisitas por meia hora) |
Resultado |
Primeira night (ainda ryca) em Buenos Aires |
Piadinha interna de novo, hehe |
Mais uma foto de turista |
Descontraindo |
San Telmo |
Terminal da Buquebus em Buenos Aires |
Zillertal e chivito! - Montevidéu |
Pra finalizar, em Porto Alegre :DDD |
Eu tinha que postar essa foto porque né... olha a situação das criaturas!
Hahaha, isso que dá ficar fazendo macaquice em terra alheia! Subiram e não conseguiram mais descer.
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